quarta-feira, 21 de novembro de 2012

OS ESTUDOS CULTURAIS


Os Estudos Culturais  são caracterizados especificamente por sua natureza interdisciplinar e por sua transitoriedade, aliás, uma qualidade já implícita no próprio nome desta disciplina – estudos -, que remete a algo em constante transformação. Como ela se destina a questionar interações que se baseiam no poder e na autoridade, é fundamental que ela mesma não se constitua de verdades absolutas e dogmáticas.
Os Estudos Culturais articulam em seu interior diversas disciplinas, como a economia política, a comunicação, a sociologia, a teoria social, a teoria literária, a teoria dos meios de comunicação, o cinema, a antropologia cultural, a filosofia e a investigação das diferentes culturas que emergem dos mais diversos corpos sociais.


Raymond Williams

Os Estudos Culturais nascem a partir dos estudos realizados por Raymond Williams, crítico de literatura britânico, apontado como um dos criadores desta disciplina, e pelo historiador E. P. Thompson, os quais, ao lado de Richard Hoggart, primeiro diretor do Centro de Birmingham, tecem as primeiras reflexões que irão compor o arcabouço deste campo de pesquisas.
Em Cultura e Sociedade, Raymond revela que a esfera cultural – aqui vista como um ponto de vista antropológico – é decisiva tanto para a compreensão literária quanto para os estudos da sociedade. Tanto este pesquisador quanto Thompson partiram de vivências concretas para a construção desta teoria, pois as raízes dos Estudos Culturais têm origem nas aulas que ambos ministravam para trabalhadores no período da noite.
A partir desta experiência, os dois começaram a refletir sobre a prática pedagógica, visando encontrar um meio de vencer os limites de uma educação dirigida, através da qual é comum que os segmentos sociais dominantes imponham seus valores e princípios às classes desprovidas dos meios de produção. Thompson, particularmente, lança a idéia de uma interação mais flexível entre mestres e alunos, pretendendo, assim, libertar-se do âmbito das relações estabelecidas nas salas de aula.
Em resumo:

A contribuição dos Estudos Culturais
·         Escola de Birminghan – Inglaterra – Estudos Culturais – década de 60
·         Cultura no âmbito de uma teoria da produção e reprodução social
·         Sociedade é concebida como um conjunto hierárquico e antagonista de relações sociais caracterizadas pela opressão das classes, sexos, raças, etnias e estratos sociais.
·         Modelo gramsciniano de hegemonia e contra-hegemonia
·         Combinação de força e hegemonia
·         A emergência dos Estudos Culturais e sua análise dos meios de comunicação de massa vieram, no mínimo, romper esta polarização e procurar oferecer uma visão mais ampla e mediada para o entendimento do papel dos meios de comunicação
·         Raymond Williams, E.P. Thompson, Stuart Hall

·         Quatro traços fundamentais dos Estudos Culturais, em divergência tanto com o funcionalismo quanto com a teoria crítica:
1º - Onde o funcionalismo via um grande organismo vivo, tendendo ao equilíbrio, no qual os conflitos eram tratados como anomalia ou, onde a teoria crítica via uma sociedade dominada, submetida completamente ao poder do capitalismo e da mídia, os Estudos Culturais vão ver o conflito, a luta, a disputa da hegemonia por classes, setores e blocos diferenciados.
A sociedade não é harmônica e sim conflitiva - que existe sim dominação, mas como processo e disputa, não como algo dado, plasmado, imutável.
2º - a análise de que o campo da cultura e da comunicação se constitui numa arena decisiva para a luta social e política na sociedade contemporânea.
Os Estudos Culturais reconhecem que existem intencionalidades de dominação por parte da Indústria Cultural. No entanto, partem de uma visão de que existem muitos elementos intervenientes que fazem com que estas intencionalidades se realizem ou não, em partes ou integralmente.
Reconhecer que os emissores não são os todo-poderosos do processo de comunicação não pressupõe desconsiderar que eles detêm um poder, e grande, no conflito e na disputa existente na sociedade. Relativizar seu poder de mando não quer dizer subestimá-lo
3º - as mediações sociais são decisivas para determinar como se realiza o processo comunicacional em cada sociedade.
Parte de uma visão de que é necessário antes de tudo reconhecer as especificidades da constituição de dada sociedade, seus dados de configuração histórica, para, a partir deles, buscar entender como os meios atuam.
Esse traço distintivo motivou especial reflexão sobre como se constituem as indústrias culturais em países vindos de mestiçagem, de capitalismo tardio e dependente, produzidos a partir de encontros de cultura, com modernizações conservadoras, além de permitirem também a análise do deslocamento do popular para o massivo; da relação entre Estado e indústria cultural; da característica monopolista e conservadora dos empreendimentos em comunicação etc.
4º - ver na chamada ‘recepção’ um papel ativo e importante, que pode alterar o resultante de todo o processo. A partir das mediações sociais, as pessoas se ‘relacionam’ com a comunicação de massa, estabelecendo negociações simbólicas a partir da oferta proposta pelos veículos, mas também de sua visão de mundo, de seus hábitos e crenças, ou seja, de sua cultura.
Sem idealizações desse público e de suas capacidades, fica clara a visão de que ele se constitui por ação ou omissão em sujeito do processo, ator que determina o desfecho da trama em questão
É impensável analisar a sociedade contemporânea, sem entender que existem dimensões diferenciadas da realidade: o real cotidiano, feito dos valores e das rotinas vivenciadas diretamente pelas pessoas; e o real midiático, dimensão relacionada a tudo que se produz de simbólico através dos meios massivos de comunicação.

FONTE:
http://www.infoescola.com/sociologia/estudos-culturais/
http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&ved=0CCsQFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.paulus-cidep.org%2Fdocumentos%2FAs_teorias.ppt&ei=2l2rUIyBBIGc9QTMx4H4Cg&usg=AFQjCNEJ-csIAtxDqfSsk4nacwo7fJpG0w&sig2=x2Y1F8JluC_aZlDLVZVZTw

EVOLUIR E SE ADAPTAR



Os meios de comunicação não têm proporcionado a sociedade uma forma de comunicação inovadora em relação aos conteúdos transmitidos, isto é, onde além de transmitir mensagens, ela ajude as pessoas a criarem pensamentos críticos sobre os acontecimentos em sociedade.

Ao contrário, os meios ajudam cada vez mais a fixar as atuais estruturas da sociedade, em alguns casos sufocando grupos que se manifestam contra o atual modelo que vivemos. Um exemplo disso é como são tratadas as notícias onde grupos da sociedade ocupam áreas que não estão tendo produtividade. A maioria dos meios transmitem a notícia dizendo que se trata de uma invasão, transmitindo assim para o resto da sociedade a imagem de caos e confusão nessas ocupações, o que na verdade não reflete, em alguns casos, a verdade dos fatos.

Os meios ajudam também a fixar como devemos comportar e nos relacionar com os outros, transmitindo signos e significados que ajudam nessas afirmações. Os programas e as novelas são outra forma de explorar a falta de critério das pessoas sobre aquilo que estão vendo. Esses programas muitas vezes não transmitem conteúdos relevantes para a vida das pessoas, ao contrário, explora e comercializam de forma banal a falta de conhecimento que o grande publico possui.

Vemos que a comunicação não fica melhor somente com investimentos em tecnologias, é necessário investir em conteúdo que leve as pessoas refletir e questionar o meio em que vivem. Não basta também a comunicação evoluir em conteúdo, sendo que o publico não esta preparado para isso. A sociedade deve evoluir e os meios se adaptar.

Autor: Pedro Inácio

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Os principais autores da Escola de Frankfurt e suas contribuições para a Teoria Crítica.



 Quando se fala em Teoria Crítica, imediatamente a principal referência que se tem sobre o tema é o que conhecemos por Escola de Frankfurt. Escola de Frankfurt, conforme Slater (1976) refere-se simultaneamente a um grupo de intelectuais e uma teoria social.

A grande influência que os filósofos e pensadores ligados à Escola de Frankfurt e à Teoria Crítica trouxerem e até a presente data trazem em influências para a sociedade, para a filosofia jurídica e política. O pensamento crítico dos filósofos da Escola de Frankfurt (EF) tem em comum o direcionamento de suas críticas à ordem política e econômica do “mundo administrado”.

Com isso, cada pensador dessa linha contribuiu para o fomento da Teoria Crítica (TC). Das obras marcantes restritas a cada autor tem-se: Max Horkheimer concentrou seu pensamento em “Eclipse da Razão”, onde uma coletânea de textos perpetua assaz a sua bagagem teórica, embora o filósofo sempre se encontrou produzindo artigos e outros textos que o identificou como um árduo intelectual engajado em âmbito acadêmico. Teodor Wiesengründ Adorno, que embora tenha se inserido na TC após o seu exílio, comprometeu-se em expor seu pensamento crítico na mesma perspectiva que os demais, porém devem ser pontuadas, em sua reflexão, algumas divergências ou distonâncias.

Herbert Marcuse, assim como Adorno, passou a contribuir com a TC após seu exílio nos Estados Unidos. Sua fundamentação crítica preserva a base da negação dialética, porém distancia-se de Adorno naquilo que julga, pela filosofia, uma forma ideal de sociabilidade, uma vez que para Adorno, a barbárie já está posta, pois não há como fugir do sistema da ordem estabelecida.

Walter Benjamim, também exilado nos Estados Unidos, contribuiu fielmente para a propagação da TC. Benjamim escreveu inúmeros artigos que refletem a condição temporal humanitária, partindo de sua reflexão acerca da arte e da sociedade. No que concerne a sua crítica da arte, ele analisa o drama do século XVII, buscando nele uma concepção de História.




INDÚSTRIA CULTURAL, CULTURA INDUSTRIAL.




O grande debate sobre a indústria cultural gira, sempre, ao redor de questões de ética: os produtos da indústria cultural são bons ou maus para o homem, adequados ou não ao desenvolvimento das potencialidades e projetos humanos? Por mais que se diga ser simplista a colocação do problema em termos de "bom" ou "mau", é assim que ele se colocou desde o início e é sob esse ângulo que as pessoas ainda o encaram.

Indústria cultural, meios de comunicação de massa, cultura de massa.


Uma porta de entrada para o assunto pode ser o das relações existentes entre a "indústria cultural", os "meios de comunicação de massa", e a "cultura de massa", expressões hoje comuns e que fazem parte obrigatória de todo discurso sobre esta área.


Vejamos as relações entre "meios de comunicação de massa" e "cultura de massa". Tal como esta é hoje entendida, para que ela exista é necessária a presença daqueles meios; mas a existência destes não acarreta a daquela cultura. A invenção dos tipos móveis de imprensa, feita por Gutenberg no século XV, marca o surgimento desses meios — ou, pelo menos, do protótipo desses meios.



A indústria cultural só iria aparecer com os ' primeiros jornais. E a cultura de massa, para existir, além deles exigiu a presença, neles, de produtos como o romance de folhetim — que destilava em episódios, e para amplo público, uma arte fácil que se servia de esquemas simplificadores para traçar um quadro da vida na época (mesma acusação hoje feita às novelas de TV).

Não se poderia, de todo modo, falar em indústria cultural num período anterior ao da Revolução Industrial, no século XVIII. Mas embora esta Revolução seja uma condição básica para a existência daquela indústria e daquela cultura, ela não é ainda a condição suficiente. É necessário acrescentar a esse quadro a existência de uma economia de mercado, isto é, de uma economia baseada no consumo de bens; é necessário, enfim, a ocorrência de uma sociedade de consumo, só verificada no século XIX em sua segunda metade — período em que se registra a ocorrência daquele mesmo teatro de revista, da opereta, do cartaz. Assim, a indústria cultural, os meios de comunicação, de massa e a cultura de massa surgem como funções do fenômeno da industrialização. É esta, através das alterações que produz no modo de produção e na forma do trabalho humano, que determina um tipo particular de indústria (a cultural) e de cultura (a de massa), implantando numa e noutra os mesmos princípios em vigor na produção econômica em geral: o uso crescente da máquina e a submissão do ritmo humano de trabalho ao ritmo da máquina;a exploração do trabalhador; a divisão do trabalho. Estes são alguns dos traços marcantes da sociedade capitalista liberal, onde é nítida a oposição de classes e em cujo interior começa a surgir a cultura de massa. Dois desses traços merecem uma atenção especial: a reificação (ou transformação em coisa: a coisificação) e a alienação. Para essa sociedade, o padrão maior de avaliação tende a ser a coisa, o bem, o produto; tudo é julgado como coisa, portanto tudo se transforma em coisa — inclusive o homem.


Cultura superior, cultura média, cultura de massa


Um dos caminhos, para se entrar nessa discussão, é o aberto por Dwight MacDonald que fala na existência de três formas de manifestação cultural: superior, média e de massa (subentendendo-se por cultura de massa uma cultura "inferior"). A cultura média, do meio, é designada também pela expressão midcult, que remete ao universo dos valores pequeno-burgueses; e a cultura de massa não é por ele chamada de mass culture mas sim, pejorativamente, de masscult— uma vez que, para ele, não se trataria nem de uma cultura, nem de massa.

Não é difícil saber o que abrange o rótulo cultura superior: são todos os produtos canonizados pela crítica erudita, como as pinturas do Renascimento, as composições de Beethoven, os romances "difíceis" de Proust e Joyce, a arquitetura de Frank Lloyd Wright e todos os seus congêneres. Também não é complicado identificar os produtos da midcult: são os Mozarts executados em ritmo de discoteca; as pinturas de queimadas na selva que se pode comprar todos os domingos nas praças públicas; os romances de Zé Mauro de Vasconcelos, com sua linguagem artificiosa e cheia de alegorias fáceis, daquelas mesmas que as escolas de samba fazem desfilar todos os anos na avenida; as poesias onde pulula um lirismo de segunda mão e de chavões; as fachadas das casas que, pelo interior adentro, reproduzem, desbastada-mente, o estilema (isto é, o traço central do estilo) do Palácio da Alvorada.

Já quando se tenta catalogar os produtos típicos da masscult, a facilidade não é a mesma. Antes de mais nada, há um equívoco em que geralmente se incorre: o fato de a cultura fornecida pelos meios de comunicação de massa (rádio, TV, cinema) vir comparada com a cultura produzida pela literatura ou pelo grande teatro, quando deveria ser relacionada com a cultura proveniente desses outros grandes meios de comunicação de massa que são a moda, os costumes alimentares, a gestualidade, etc. Superada essa barreira, surgem as outras dificuldades. Por exemplo, nos anos vinte e trinta, as histórias em quadrinhos puderam ser classificadas, por MacDonald e seus amigos, como sendo um produto típico da masscult. Hoje esse conceito não é tão pacífico assim. Muitos dos que conheceram Flash Gordon ou Little Nemo (mais recentemente: Jacovitti) não aceitam o rótulo de masscult para esses produtos, embora reconheçam que ele vai muito bem para coisas como Batman e Pato Donald. De igual modo, se mesmo fãs das telenovelas reconhecem seu caráter degradado, os admiradores do rock jamais chamariam de masscult uma forma musical que já teve um caráter contestatório.


Cultura popular e cultura pop


Foi dito que a oposição entre cultura superior e de massa é considerada imprescindível para a caracterização da indústria cultural. Mas parece inevitável, também, que se estabeleça um confronto entre a cultura de massa e a cultura popular — propondo-se entre ambas um relacionamento de subordinação e exclusão quando, na verdade, deveriam ser entendidas em termos de complementação. É que muitos não conseguem entender que a cultura popular é uma das fontes de uma cultura nacional, mas não a fonte, não havendo razão para usá-la como escudo num combate contra a cultura de massa, dita também cultura pop (denominação que se pretende pejorativa). Para esses, a cultura popular (a soma dos valores tradicionais de um povo, expressos em forma artística, como danças e objetos, ou nas crendices e costumes gerais) abrange todas as verdades e valores positivos, particularmente porque produzida por aqueles mesmos que a consomem, ao contrário do que ocorre com a pop. Este traço da produção pelo próprio grupo (caracterizando o valor de uso da cultura) é positivo — mas insuficiente para justificar a defesa da popular contra a pop.


Funções da cultura de massa; a cultura industrializada


O quadro da indústria cultural acima esboçado já inclui algumas das funções exercidas por ela através de seu produto que é a cultura de massa. No entanto, considerando-se que o núcleo do discurso acusatório contra a indústria cultural está ocupado pelo problema da alienação provocada em seus "clientes", cabe percorrer brevemente alguns dos principais efeitos mais propriamente sociais da cultura de massa.


Assim, e partindo do pressuposto (aceito a título de argumentação) de que a cultura de massa aliena, forçando o indivíduo a perder ou a não formar uma imagem de si mesmo diante da sociedade, uma das primeiras funções por ela exercida seria a narcotizante, obtida através da ênfase ao divertimento em seus produtos. Procurando a diversão, a indústria cultural estaria mascarando realidades intoleráveis e fornecendo ocasiões de fuga da realidade. A expressão "manobra de diversão" não significa exatamente uma manobra de desviar do caminho certo? O divertimento, nessa moral empedernida defendida muitas vezes por pessoas curiosamente ditas libertárias, apresenta-se assim como inimigo mortal do pensamento, cujo caminho seria supostamente o da seriedade. A este assunto se voltará no próximo capítulo.

Por outro lado, com seus produtos a indústria cultural pratica o reforço das normas sociais, repetidas até a exaustão e sem discussão. Em conseqüência, uma outra função: a de promover o continuismo social. E a esses aspectos centrais do funcionamento da indústria cultural viriam somar-se outros, conseqüência ou subprodutos dos primeiros: a indústria cultural fabrica produtos cuja finalidade é a de serem trocados por moeda; promove a deturpação e a degradação do gosto popular; simplifica ao máximo seus produtos, de modo a obter uma atitude sempre passiva do consumidor; assume uma atitude paternalista, dirigindo o consumidor ao invés de colocar-se à sua disposição.

Do lado da defesa da indústria cultural está inicialmente a tese de que não é fator de alienação na medida em que sua própria dinâmica interior a leva a produções que acabam por beneficiar o desenvolvimento do homem. A favor desta idéia lembra-se, por exemplo, que as crianças hoje dominam muito mais cedo a linguagem graças à veículos como a TV — o que lhes possibilitaria um domínio mais rápido do mundo. Citam-se ainda exemplos como o da moda, já abordado, capaz de a longo prazo promover alterações positivas no comportamento moral, ético, dos indivíduos.


A indústria cultural aceita bem ambos esses tipos de argumentação, aquele a favor e o contrário. Na verdade, a determinação dos poderes reais de alienação ou revelação através dessa indústria só é possível mediante uma análise mais profunda e sistematizada como a que se indicará no próximo capítulo.


Seria conveniente propor também que, ao invés de cultura de massa, essa cultura fosse designada por expressões como cultura industrial ou industrializada.


Fonte:/Livro Teixeira Coelho o que é Indústria Cultura, editora brasiliense.



Link acessado: 

Teoria da Abordagem Empírico-Experimental ou da Persuasão





Sucedendo a Teoria Hipodérmica, ou Teoria da bala mágica, a Teoria da Persuasão desenvolveu-se a partir dos anos 40 e teve pontos importantes que se diferenciou da primeira teoria. Apesar de ainda basear-se no conceito da teoria hipodérmica, acrescenta um ponto de vista favorável a teoria: fatores psicológicos.
No mecanismo instituído pela bala mágica institui uma revisão imediata Estímulo leva a uma resposta (E -> R), sem considerar a grupos ou diferenças, apenas um grupo amorfo de telespectadores. Já na teoria da persuasão é levado a sério a concepção do telespectador, seus gostos, o fator psicológico (Estímulo -> Fator Psicológico -> Resposta), ou seja, persuadir os destinatários é possível se a mensagem se adéqua aos fatores pessoais ativados pelo destinatário ao interpretá-la.
A mensagem contém características particulares do estímulo, que interagem de maneira diferente de acordo com os traços específicos da personalidade do destinatário. ( De Fleur, 1970,122) .
A teoria faz parte do grupo das chamadas pesquisas administrativas da Escola Americana de Comunicação. Foi aplicada como suporte de campanhas eleitorais, informativas e publicitárias. Ligado a dois processos: O destinatário e fatores ligados à mensagem. Fatores que se destrincham em outros conceitos, como:

Fatores ligados ao destinatário (audiência):

·         O interesse do indivíduo em querer adquirir informação: Isso significa que para existir sucesso numa campanha, é necessário que o próprio público queira saber mais sobre o assunto que está sendo transmitido.

·         Exposição seletiva: Trata-se de saber escolher quais veículos de informação irão atingir o público-alvo com maior precisão. Exemplo: rádio? Televisão? Também serve para os produtores dos veículos descobrirem seus públicos e saber o que eles querem ver, ouvir ou ler.

·         Percepção seletiva: Os indivíduos não se expõem aos Meios de Comunicação num estado de nudez psicológica, pois são revestidos e protegidos por predisposições existentes. Como exemplo, as crenças religiosas, ideologias liberais ou conservadoras, partidarismo, preconceitos, empatias com o emissor etc.

·         Memorização seletiva: O indivíduo tende a guardar somente aquilo que é mais significativo para ele em detrimento dos outros valores transmitidos, chamados aqui de secundários. Mas também pode ocorrer o efeito latente, onde a mensagem persuasiva não tem efeito algum no momento imediato em que é transmitido, mas com o passar do tempo, o argumento rejeitado pode passar a ser aceito.

Fatores relativos à mensagem
·         A credibilidade do comunicador: Estudos mostram que a mensagem a mensagem atribuída a uma fonte confiável produz uma mudança de opinião significativamente maior do que aquela atribuída a uma fonte pouco confiável. Mas a pesquisa não descarta que, mesmo na fonte não confiável, pode ocorrer o efeito latente.
·         A ordem das argumentações: A maior força de um dos argumentos influenciam a opinião numa mensagem com múltiplos pontos de vista. Fala-se que um efeito primicy caso se verifique a maior eficácia dos argumentos iniciais. E efeito recency, caso se verifique que os argumentos finais são mais influentes.

·         O caráter exaustivo das argumentações:Tenta argumentar um assunto de forma exaustiva até esgotá-lo para convencer a opinião pública.

·         A explicação das conclusões de um determinado fato/acontecimento: Chama-se alguém com autoridade no assunto, para analisar um acontecimento ou fato, mas não há dados suficientes se esse tipo de persuasão realmente ocorre.

Assim, a pesquisa empírico-experimental observou que deve ser atendida a necessidade de atenção ao público-alvo e suas características psicológicas. Dessa forma, ela acredita que a comunicação pode obter efeitos consideráveis.

Bibliografia:

http://analisesdejornalismo.wordpress.com/2009/08/17/teoria-da-abordagem-empirico-experimental-ou-da-persuasao/