quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Hipótese da Espiral do Silêncio


Esta hipótese começou a ser desenvolvida na década de 60, pela cientista alemã Elizabeth Noelle-Neuman, baseada nas suas pesquisas sobre os efeitos dos meios de comunicação em massa. 
O Conceito de Espiral do Silêncio surgiu pela primeira vez em 1972 em um congresso de psicologia em Tóquio, mais foi publicada somente em 1984 no livro “Espiral do Silêncio”.

A hipótese da Espiral do Silêncio diz que aqueles cujas opiniões são minoritárias, tendem a se calar frente às opiniões da maioria. Elizabeth relaciona tudo isso à influência dos meios de comunicação de massa na formação da opinião pública, as pessoas optavam pelo silêncio, por causa do medo da solidão social. A Espiral do Silêncio tenta entender a sociedade que é silenciada diariamente e acaba sendo influenciada pelos hábitos baseados no senso da maioria ou pela imaginação do que estes poderiam dizer.

Elizabeth evidencia três mecanismos que ajudam a entender a Espiral do Silêncio (Acumulação, Consonância, Ubiqüidade).

A mesma mídia que diz publicar o que é de opinião pública é aquela que é indiferente à população quando esta precisa. A Teoria do Espiral do Silêncio ajuda a entender como a mídia funciona em relação à opinião pública e silencia suas idéias.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Trabalho Agenda Setting


O CONCEITO AGENDA SETTING
Baseadas nos conceitos da influência das mídias de massa no comportamento social do indivíduo, surgem nos anos 70 as primeiras investigações que se definiram como agenda setting. O conceito de agenda setting se baseia em um tipo de efeito social dos meios de informação – dentre os quais podemos citar a televisão, os jornais e as rádios –, que selecionam, em grau de importância, os assuntos que os indivíduos falarão ou discutirão por um determinado período. Hoje somos submergidos por um mar de informações selecionadas e transmitidas pelas mídias de massa, que são classificadas e separadas pelo seu grau de impacto e importância. 
A Agenda da Mídia e a Agenda Pública
O processo de agendamento pode ser descrito como um processo interativo. A influência da agenda pública sobre a agenda da mídia é um processo gradual através do qual, em longo prazo, se criam critérios de noticiabilidade, enquanto a influência da agenda da mídia sobre a agenda pública é direta e imediata, principalmente quando envolve questões que o público não tem uma experiência direta. Desta maneira, propõe-se que a problemática do efeito do agendamento seja diferente de acordo com a natureza da questão.
Ferreira (2000, p. 13) explica que a imposição do agendamento forma-se através de dois vieses:
1-      A "tematização proposta pelas mídias de massa, conhecida como ordem do dia, que serão os assuntos propostos pela mídia e que se tornarão objeto das conversas das pessoas, da agenda pública;
2-      A hierarquização temática, que são os temas em relevo na agenda da mídia e que estarão também em relevo na agenda pública, assim como os temas sem grande relevância estabelecida pelas mídias de massa terão a mesma correspondência junto ao público.
Outra questão-chave no processo de agendamento diz respeito às pessoas. A agenda da mídia tem maior efeito nas pessoas que participam de conversas sobre questões levantadas pelos meios de comunicação social do que nas pessoas que não participam deste tipo de conversas. Além do acesso aos meios de comunicação e às conversas interpessoais, as pessoas possuem uma necessidade de orientação, que segundo McCombs e Weaver (1977) é definida por: "uma junção de duas variáveis: alto interesse e um alto nível de incerteza. Assim, o efeito de agendamento ocorre com pessoas que têm uma grande necessidade de obter informação sobre um assunto; devido a esta 'necessidade de orientação', estas pessoas expõem-se mais aos media noticiosos, provocando maiores efeitos de agendamento" (McCombs e Weaver apud Traquina, 2000, p. 33-34).
Em outro estudo de Weaver, os autores sublinham que o impacto da função do agendamento não é igual para todas as pessoas e depende da necessidade de orientação. Para as pessoas com grande necessidade de orientação, os meios de comunicação social fazem mais do que reforçar opiniões existentes, eles podem orientar a atenção para questões e tópicos específicos.
Outro aspecto na pesquisa sobre o agendamento é que o efeito da agenda da mídia varia segundo a natureza do assunto, distinguindo entre questões envolventes, ou seja, que as pessoas podem mobilizar a sua experiência direta e questões não envolventes, que estão mais distantes das pessoas, que elas não têm experiência direta.

Conceitos de Determinação da Hipótese da Agenda Setting.
Em estudos realizados por autores brasileiros, alguns conceitos básicos são apontados e utilizados para determinar o efeito da agenda setting. Baseado em estudos anteriores, aponta os seguintes conceitos:
  • Acumulação: capacidade que a mídia tem de dar relevância a um determinado tema, destacando-o do imenso conjunto de acontecimentos diários;
  • Consonância: apesar de suas diferenças e especificidades, as mídias possuem traços em comum e semelhanças na maneira pela qual atuam na transformação do relato de um acontecimento que se torna notícia;
  • Onipresença: um acontecimento que, transformado em notícia, ultrapassa os espaços tradicionalmente ocupados a ele. O acontecimento de polícia pode ser abordado em outras editorias dos meios de comunicação;
  • Relevância: quando um determinado acontecimento é noticiado por todas as diferentes mídias, independente do enfoque que lhe seja atribuído;
  • Frame Temporal: o período de levantamento de dados das duas ou mais agendas (isto é, a agenda da mídia e a agenda pública, por exemplo);
  • Time-lag: é o intervalo decorrente entre o período de levantamento da agenda da mídia e a agenda do público, ou seja, como se pressupõe a existência e um efeito da mídia sobre o público;
  • Centralidade: capacidade que as mídias têm de colocar como algo importante determinado assunto;
  • Tematização: está implicitamente ligado à centralidade, pois é a capacidade de dar o destaque necessário (sua formulação, a maneira pela qual o assunto é exposto), de modo a chamar a atenção. Um dos desdobramentos deste item é a suíte de uma matéria, ou seja, múltiplos enfoques que a informação vai recebendo para manter presa a atenção do receptor;
  • Saliência: valorização individual dada pelo receptor a um determinado assunto noticiado;
  • Focalização: é a maneira pela qual a mídia aborda determinado assunto, utilizando uma determinada linguagem, recursos de editoração.

Conclusão
Ao término desse trabalho chegamos à conclusão que a sociedade vive em constante influência dos meios de comunicação de massa, esses meios acabam indicando quais os assuntos quem tem maior importância para a sociedade, e assim quais os temas que serão discutidos ao longo dos dias.
A agenda de setting foi, e ainda é uma forma de perceber essa influência, como ela se dá e como o indivíduo reage a essa manipulação.
Como não ser influenciado pelas noticias que são veiculadas na TV, jornais, revistas e rádios? Tem como hoje em pleno século 21 o individuo conseguir se manter neutro nesse jogo de informações?
Vivemos mergulhados em um mar de informações, e não temos tempo ou paciência para conferir se tudo que é falado é verdade. A única solução que temos é a buscar por novas fontes de informações e um senso critico em relação ao que é falado e transmitido, criando assim sua própria conclusão dos temas comentados ao longo do dia e buscando a melhor forma de se informar e informar as outras pessoas.

Bibliografia:
http://www.mmazini.com.br/textos_academico/o_conceito.pdf
http://www.razonypalabra.org.mx/anteriores/n35/jbrum.html

Trabalho Newsmaking


Propusemo-nos neste trabalho  fazer um estudo sobre o newsmaking os valores/noticia. Este estudo incidiu no livro de Mauro Wolf Teorias da Comunicação no qualpodemos encontrar diversos exemplos e noções relativamente ao funcionamento das empresas informativas. Dentro destas podemos encontrar vários processos e maneiras de simplificar o tratamento da informação e construção das notícias. Nestes processos estão presentes os valores/notícia como parte integrante e essencial da funcionalidade da profissão jornalística, visto que funcionam como linhas guia que estão presentes em todo o processo de produção informativa e não só na fase da selecção.

  Nas palavras do próprio autor:

Definida a noticiabilidade como um conjunto de elementos através dos quais um órgão informativo controla e gere a quantidade e o tipo de acontecimentos, de entre os quais há que seleccionar as noticias,  podemos definir os valores/notícias (news values), como uma componente da noticiabilidade. Estes valores constituem a resposta à pergunta seguinte: quais os acontecimentos que são considerados suficientemente interessantes, significativos e relevantes para serem transformados em notícias?”  


Fonte: http://newsmakingvalores.no.sapo.pt/news.htm

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Escola de Chicago

(...) a Escola de Chicago buscava uma abordagem não totalizante, que considerasse o homem em seu meio social. Nisto está mais um dos exemplos da influência de Dewey: sua noção de que o homem só pode ser considerado em seu contexto de interação social é uma das idéias que nortearam a formação da Escola. É a partir dos princípios do pragmatismo e do empirismo que surge a abordagem metodológica que vem a caracterizar a Escola de Chicago: pesquisas qualitativas e quantitativas que buscavam compreender as interações simbólicas dentro do contexto social.

Nesse cenário, talvez a herança teórica que possa ser destacada dentro da Escola seja a noção de 'interacionismo simbólico', cunhada nos anos 30 pelo psicólogo Herbert Blumer a partir da obra do sociólogo Georg Hebert Mead, ambos da Escola de Chicago. Blumer estabelece três premissas para o interacionismo simbólico:
- O modo como um indivíduo interpreta os fatos e age perante outros indivíduos ou coisas depende do significado que ele atribui a esses outros indivíduos e coisas.

- Este significado é resultado dos processos de interação social.

- Os significados dos objetos podem mudar com o passar do tempo.
Blumer divulgou com base na sua noção de 'interacionismo simbólico' dois estudos relacionados à área de Comunicação: “Filmes e Conduta” (Movies and Conduct) e “Cinema, delinqüência e crime” (Movies, Delinquency, and Crime), ambos em 1933. Em “Filmes e Conduta”,Blumer inclui relatos de mais de centro e quinze estudantes secundaristas e universitários sobre suas experiências com o cinema. A partir destes relatos, Blumer demonstra a influência do cinema sobre questões do cotidiano dos jovens, tais como estilo de vida, penteados, modo de beijar, chegando até mesmo ao tema de como bater carteiras. É válido lembrar que já existiam estudos europeus que falavam da influência do cinema sobre as massas, mas devido aos seus métodos empíricos, Blumer é o primeiro a demonstrar tal influência a partir de dados coletados.


A Escola de Chicago teve seu ápice nas décadas de 20 e 30. O método das pesquisas desenvolvidas era muito mais o de uma mistura entre pesquisa qualitativa e quantitativa do que apenas uma profusão de números, como é costumas supor. Fora as pesquisas de Blumer, citadas acima, as pesquisas desenvolvida pela Escola de Chicago focavam principalmente as formas de relacionamento dos grupos sociais dentro dos incipientes centros urbanos, que na época cresciam de forma acelerada. A 'paisagem' da cidade, ou sua 'ecologia', com a distribuição dos grupos sociais pelos territórios e rápida mudança de costumes e tradições era o cenário preferencial das pesquisas da Escola Sociológica de Chicago.


Apesar do conceito de interacionismo simbólico servir aos estudos de Comunicação Social, como o próprio trabalho de Blumer depõe, a noção foi pouco utilizada posteriormente nos estudos sobre Comunicação nos Estados Unidos. A pesquisa em comunicação passou a tomar um viés muito mais funcionalista, fundado em um modelo de comunicação específico e voltada principalmente a estudos quantitativos sobre efeitos.

O trabalho sobre jovens e cinema de Blumer acontece com o apoio do Fundo Payne, e já apresenta alguns princípios que podem ser relacionados às noções da teoria da agulha hipodérmica: os estudos levam a crer que a influência do cinema sobre as crianças é uma influência direta, ou seja, as crianças são alvos acertados em cheio pela bala mágica do cinema. Neste sentido, a pesquisa de Blumer é também uma pesquisa dos efeitos da comunicação, fazendo portanto parte dos estudos da recepção.


Fonte: http://cartografiasdacomunicacao.wikidot.com/escola-de-chicago

quinta-feira, 6 de setembro de 2012


Perspectiva de Usos e Gratificações (U&G)
FERREIRA, Raquel


O fato de que a audiência em alguma medida "seleciona"os canais e conteúdos dos meios, é pressuposto básico dos conceitos teóricos de U&G. Aqui a audiência é vista como realizadora de uma eleição motivada entre os canais e conteúdos. Tal comportamento de seleção deriva de uma condição multifatorial (fatores psicológicos, culturais, sociais, circunstanciais), e essencialmente, a seleção é mediada por motivações (as motivações são derivadas de necessidades, interesses e constrangimentos impostos) que são ativadas no contexto do receptor.
Ao se expor a um conteúdo da mídia, o receptor busca satisfazer uma necessidade latente. Esse impulso de satisfação de uma necessidade qualquer gerada em seu contexto é aqui chamada de motivação. É através das experiências dos meios que os membros da audiência relacionam quais dos meios/conteúdos, melhor satisfazem suas necessidades, expondo-se consequentemente, em preferência a estes. Uma motivação correspondida nos meios abre espaço para o estabelecimento de padrões de consumo, que nada mais é do que o consumo regular de conteúdos de características similares, como aqueles que justificariam a perpetuação de conteúdos de gosto duvidoso ou ainda estabeleceriam padrões de audiência pelo reconhecimento de grupos de conteúdos como telejornais e desporto ou telenovelas/programas de auditório/concursos.
Regularidade também pode ser tomada nas associações dos antecedentes (fatores psicológicos e sociais contextualizados) dos membros da audiência que reunidos por similaridade determinariam “as motivações”, que por sua vez, condicionariam a seleção e exposição aos meios/conteúdos específicos. Até aqui nenhum conhecimento adicional foi acrescentado sobre aquele ciclicamente mencionado pelos críticos
dedicados ao assunto do consumo e o gosto, a não ser pelo postulado de que a disponibilidade dos produtos dos meios em conjunto com a capacidade seletiva do receptor são as variáveis que explicam a diversidade do consumo dos meios, e que a exposição seletiva é conduzida sempre por um comportamento variadamente motivado.(...)